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Orçamento do governo prevê salário mínimo de R$ 788 em 2015

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou nesta quinta-feira, 28, que o reajuste do salário mínimo a partir de janeiro de 2015 será para R$ 788,06. O aumento será de 8,8% em relação ao valor deste ano, que é de R$ 724. O impacto para as contas públicas no próximo ano, segundo a assessoria da ministra, será de R$ 22 bilhões. Miriam entregou nesta manhã a peça orçamentária ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Quando foi citar o novo valor previsto para o salário mínimo, de R$ 788,06, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se equivocou e acrescentou a palavra “mil” ao final. Os jornalistas que acompanham a coletiva de imprensa corrigiram e aplaudiram Mantega, que brincou com o seu erro: “Tem muito jornalista que ganha salário mínimo, não é”.

O reajuste do salário mínimo tem como base a regra atual, que calcula o valor a partir da variação da inflação do ano anterior, além do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

Mantega disse ainda que a ideia “equivocada do passado” de que aumento do salário mínimo causa desemprego foi negada pelos fatos. “Nos últimos anos, aumentamos salário mínimo, ele atingiu seu melhor poder aquisitivo e o desemprego atingiu seu menor patamar. O aumento do salário até ajudou a reduzir o desemprego”, argumentou.

A ministra Miriam Belchior afirmou que a proposta orçamentária terá como eixo saúde, educação, combate à pobreza e investimentos em infraestrutura. Segundo ela, o presidente do Senado comprometeu-se a aprovar a proposta orçamentária até o final do ano, dentro do prazo legal.

Os ministérios de Dilma Rousseff que terão o maior aumento na previsão de despesas para o ano de 2015, segundo o projeto de orçamento, são os da Saúde, Educação e Cidades. A pasta da Saúde terá R$ 91,4 bilhões para gastar no ano que vem, uma alta de R$ 8,2 bilhões em relação a este ano. O ministério da Educação poderá gastar R$ 46,7 bilhões em 2015, uma alta de R$ 4,4 bilhões ante 2014. A pasta das Cidades terá um orçamento de R$ 26,3 bilhões no ano que vem, uma elevação de R$ 3,4 bilhões em relação a 2014.

 

FONTE: Estadão

Injusto: quem recebe até três salários mínimos é quem mais paga impostos no Brasil

Mais de 79% da população brasileira, que recebe até três salários mínimos por mês, contribui com 53% da arrecadação tributária total no País. Na última terça-feira (12), o Brasil chegou à marca de R$ 1 trilhão em impostos arrecadador em 2014.

Segundo cálculos feitos pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), 7,6% da população cujo rendimento mensal fica entre 5 e 10 salários mínimos responde por 16% do total arrecadado, enquanto 20 milhões de pessoas (10,14%) que recebem de 3 a 5 salários mínimos são responsáveis por 12,5% do total de tributos arrecadados.

Confira abaixo:

Arrecadação do R$ 1 trilhão por faixa de renda

Faixa salarial População Impostos Pagos Quantia
Até 3 salários mínimos 79,02% R$ 537.937.743.190,66 53,79%
De 3 a 5 salários mínimos 10,14% R$ 126.459.143.968,87 12,65%
De 5 a 10 salários mínimos 7,60% R$ 166.342.412.451,36 16,63%
De 10 a 20 salários mínimos 2,40% R$ 96.303.501.945,53 9,63%
Mais de 20 salários mínimos 0,84% R$ 72.957.198.443,58 7,30%
Fonte: IBPJ

 

Consumo

Ao considerar os grupos de consumo, o IBPT concluiu que os gastos com habitação geram 42,43% do montante arrecadado aos cofres públicos; seguida por transporte (23,81%); alimentação (14,73%) e vestuário (5,34%). As pessoas cuja renda supera 20 salários mínimos correspondem a 0,84% da população brasileira e geram R$ 73 bilhões do montante total, equivalentes a 7,3% da arrecadação.

De acordo com o presidente do Conselho Superior e coordenador de estudos do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, “o levantamento evidencia que o sistema tributário brasileiro é extremamente concentrado no consumo, fazendo com que a população de menor poder aquisitivo tenha um custo tributário muito elevado”.

Veja os setores nos quais os contribuintes mais gastaram:

Arrecadação do R$ 1 Trilhão por Grupamentos de Consumo

Grupos de consumo

Arrecadação

Quantia

Habitação R$ 424.300.000.000 42,43%
Transporte R$ 238.100.000.000 23,81%
Alimentação R$ 147.300.000.000 14,73%
Vestuário R$ 53.400.000.000 5,34%
Assistência à saúde R$ 47.300.000.000 4,73%
Higiene e cuidados pessoais R$ 23.800.000.000 2,38%
Educação R$ 20.800.000.000 2,08%
Recreação e cultura R$ 10.900.000.000 1,09%
Serviços pessoais R$ 7.200.000.000 0,72%
Outros R$ 26.900.000.000 2,69%
Fonte: IBPT

Fonte: Infomoney